E se os 7 princípios do Cooperativismo fossem filmes?

Baseados no estatuto da pioneira cooperativa de consumo de Rochdale (1844), que continha sete artigos, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) redigiu, em 1995, os sete princípios do cooperativismo, linhas mestras pelas quais as cooperativas do mundo inteiro levam suas práticas.

Mas, e se estes sete princípios fossem representados por filmes, capazes de expressar a essência de cada um a partir de um storytelling, quais eles seriam? Nós selecionamos alguns que acreditamos ser uma boa adaptação cinematográfica das tradicionais linhas orientadoras. Confira:

 1) ADESÃO LIVRE E VOLUNTÁRIA: O Patriota (2000)

O filme mostra os bastidores da Guerra de Independência do Estados Unidos, tendo Benjamin Martin (Mel Gibson) como protagonista do embate entre as Treze Colônias e o Império Britânico. Tendo a vida de sua família e liberdade em risco, Ben não vê outra saída a não ser se engajar voluntariamente por uma causa de interesse coletivo, mesmo que isso custe, nesse caso, sua própria vida.

Porém, reconhecendo a superioridade ofensiva do exército britânico, ele não culpa os opositores ao conflito, defendendo o direito de cada homem, inclusive dos escravos da época, a não entrar no campo de batalha. Forma-se um exército de rebeldes com liberdade de ir e vir, sem desertores, apesar dos mesmos ideais.

2) GESTÃO DEMOCRÁTICA: Os Três Mosqueteiros (1973)

Adaptação do livro de Alexandre Dumas. Após ser treinado pelo pai, o jovem D’Artagnan (Michael York) ruma para Paris sonhando se tornar um mosqueteiro do rei. Já no caminho acaba se desentendendo com três espadachins, Athos (Oliver Reed), Porthos (Frank Finlay) e Aramis (Richard Chamberlain), sem imaginar que eles são os mosqueteiros do rei.

D’Artagnan marca três duelos com eles, mas antes que os confrontos aconteçam os quatro enfrentam membros da guarda do cardeal e, assim, ficam amigos, passando a agir sob o lema “um por todos e todos por um”.

Um clássico da literatura mundial, já teve muitas adaptações para o cinema, mas a essência da relação entre os personagens prevalece em todas: a da união entre indivíduos para a busca de objetivos e resolução de dilemas, onde o poder de decisão passa por todos, através do respeito mútuo e da valorização da igualdade.

3) PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA: As Loucuras de Dick e Jane (2005)

A comédia conta a história de Dick (Jim Carrey) e Jane (Téa Leoni), um casal que vive uma vida confortável, com ele ocupando um ótimo cargo em uma multinacional. Porém, após o chefe de Dick desviar uma enorme fortuna da companhia, o casal se vê quebrado junto a mais de 500 ex-funcionários.

Para conseguir sobreviver ao grave período de seca e manter sua casa, a dupla acaba entrando na vida de crimes, tornando-se verdadeiros especialistas! O que, para sua infelicidade, não dura muito.

Perto de ser (injustamente) indiciado pelos crimes cometidos por sua ex-companhia, Dick dá o golpe final para reverter a situação: recupera o dinheiro desviado de sua empresa ao falsificar a assinatura de seu ex-chefe, distribuindo igualmente a quantia entre todos os que haviam sido prejudicados. Os envolvidos receberam o que mereciam por direito após muito tempo de sacrifício. Nada mais justo.

4) AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA: Trilogia O Senhor dos Anéis (2001 a 2003)

Frodo Bolseiro, tem a missão de destruir “Um Anel”, assegurando assim também a destruição de seu criador, o Senhor das Trevas Sauron. Para auxiliá-lo em sua tarefa, forma-se uma sociedade (A Sociedade do Anel), composta por representantes dos humanos, hobbits, elfos e anões que são encarregados da segurança de Frodo durante os percalços de sua jornada.

As diferentes sociedades, apesar de colaborarem por um objetivo maior, tem em mente suas necessidades particulares e atuam, ao longo de saga, de forma autônoma e independente. O equilíbrio e união entre os povos estão presentes em muitos momentos, apesar das claras divergências de realidades de acordo com o cenário em que estão inseridas.

5) EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO: Sociedade dos Poetas Mortos (1989)

O holofote aqui está em John Keating, um professor de poesia nada ortodoxo que leciona em uma escola preparatória para jovens, a Academia Welton, imersa em valores tradicionais e conservadores.

Com o seu talento e sabedoria, Keating inspira seus alunos a perseguirem suas paixões individuais e tornarem suas vidas extraordinárias.

O filme mostra que, em certa altura da vida, as pessoas, em especial os jovens, deveriam opor-se, contestar, gritar e sobretudo serem “livres pensadores”, e não deixarem que ninguém condicione a sua maneira de pensar, mas também ensina esses mesmos jovens a usarem o bom-senso e seu conhecimento para o bem.

6) INTERCOOPERAÇÃO: Pantera Negra (2018)

Um dos mais recentes do Universo Marvel, fala de T’Challa (Chadwick Boseman), príncipe do reino de Wakanda que, após a morte do rei T’Chaka (John Kani), retorna à sua terra natal para suceder seu pai no trono. Lá, enfrenta a resistência dos Jabari, tribo que não o aceita como novo governante, gerando conflitos internos entre seus habitantes.

No entanto, diante da ameaça iminente de um novo governante opressor de fora de Wakanda, os Jabari unem-se a T’Challa, e às demais tribos, para impedir o início de uma guerra prestes a eclodir com o resto do mundo. Na luta contra um ditador, a cooperação entre tribos torna-se a força diferencial para manter a liberdade, a união e a paz.

7) INTERESSE PELA COMUNIDADE: Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento (2000)

Técnica Jurídica e ativista ambiental, Erin Brockovich, interpretada por Julia Roberts, é a mãe de três filhos que trabalha em um pequeno escritório de advocacia.

Quando percebe uma grande quantidade de vizinhos e amigos sofrendo de câncer, decide investigar e descobre que a água de sua cidade no deserto está sendo contaminada e causando a doença entre seus habitantes.

A partir de então, Erin convence os cidadãos da cidade a cooperarem com ela para o bem da comunidade, vencendo a causa contra a Pacific Gas and Electric Company, o que resultou na despoluição dos recursos hídricos locais. Baseado em um história real, o longa levou aos telões o maior acordo judicial da história dos Estados Unidos, no valor de US$ 333 milhões.

 

Fonte: http://geracaocooperacao.com.br

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