O que esperar da economia brasileira em 2018, por Fernando Fagundes
Depois de um 2017 marcado pelo início da recuperação da economia, 2018 pode ser ainda melhor, do ponto de vista econômico, já que a tendência é que o PIB (a soma de todos os bens e serviços produzidos no país) cresça de maneira mais significativa. Para 2018, muito provavelmente teremos a aceleração da retomada econômica e um bom indicativo que reforça essa tendência é o crescimento de 0,1% do PIB no 4º trimestre de 2017 em relação ao trimestre anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No começo deste mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,32% em fevereiro, o menor índice para o mês desde o ano 2000 (0,13%), outro aspecto favorável para a economia brasileira. Nesse cenário de inflação baixa, a economia já vai se recuperando, tendo em vista a redução, este mês, da taxa básica de juros, Selic, em 0,25 ponto percentual, que passou de 6,75% para 6,50% ao ano. A Selic é o principal instrumento do Banco Central para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. De acordo com a previsão das instituições financeiras, a Selic encerrará 2018 em 6,50% ao ano e subirá ao longo de 2019, terminando o período em 8% ao ano.
Isso é extremamente positivo para alavancar o cooperativismo de crédito que, justamente por não visar lucro, é mais atrativo do que o sistema financeiro tradicional. É preciso aproveitarmos este momento para ampliarmos as condições que favorecem nosso setor, como uma menor taxa dos juros ao tomador final.
Os ativos totais da Unicred avançaram 16% em 2017 contra 2016. Além da cobrança de taxas mais baixas sobre transações bancárias, juros, manutenção de contas e diversificação na oferta de serviços, a qualidade no atendimento é outro grande diferencial para que essas cooperativas de crédito continuem se expandindo, principalmente no interior dos estados.
O setor poderá contar, ainda, com a possibilidade de captar depósitos de prefeituras e de outros entes públicos, em virtude do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 157, que entrou em vigor no início deste ano. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em 564 cidades brasileiras, a única instituição bancária é uma cooperativa. Ainda segundo a instituição, as cooperativas de crédito reúnem mais de 9 milhões de cooperados, com ativos, em 2017, na ordem de R$ 220 bilhões, depósitos de R$ 103 bilhões e empréstimos de R$ 81 bilhões.
Diante do cenário descrito acima, não dá para negar que 2018, do ponto de vista econômico, tende a ser melhor, mas não com menos desafios provocados pelo calendário agitado, em virtude da Copa do Mundo e das eleições.
Fernando Fagundes CEO da UNICRED do Brasil