Inovação: o que as mentes mais brilhantes da humanidade têm em comum

Walter Isaacson, autor de biografias de Leonardo da Vinci e Steve Jobs, fala sobre as características que unem grandes nomes da História

Um gênio é diferente de alguém meramente muito inteligente. É o que defende Walter Isaacson, autor de biografias icônicas de nomes como Steve JobsBenjamin Franklin e Albert Einstein. Sua mais recente obra se debruça sobre a vida de Leonardo da Vinci. Ou seja, ele entende bem sobre gênios. E diz que, enquanto pessoas inteligentes existem aos montes, os gênios são poucos. O traço mais comum em todos eles? Criatividade, a capacidade de aplicar a imaginação a quase qualquer situação na vida.

Pegue Benjamin Franklin, por exemplo. Segundo Isaacson, ele não tinha grande poder analítico ou profundidade filosófica. “Com pouca educação formal, Franklin ensinou a si mesmo como ser o melhor inventor, diplomata, cientista, escritor e estrategista de negócios do período American Enlightenment (anos 1700 e 1800). Ele provou, ao empinar uma pipa, que o relâmpago consiste em eletricidade, além de inventar uma haste para dominá-la”, diz trecho de seu novo livro, publicado pela revista Time.

Albert Einstein seguiu um caminho parecido, diz Isaacson. Ele era tão devagar para aprender na infância que seus pais chegaram a consultar um médico. Einstein também tinha problemas em relação à autoridade, o que levou um professor a dizer que ele nunca alcançaria nada muito grande. “Esses traços fizeram de Einstein o santo padroeiro de alunos distraídos no mundo todo”, brinca Isaacson.

“Mas o desprezo de Einstein pela autoridade também o levou a questionar a sabedoria recebida de uma maneira que os mais bem treinados acólitos na academia nunca contemplaram. (…) Hoje, o nome e a aparencia de Einstein — o cabelo selvagem, os olhos penetrantes — são sinônimo de gênio”, escreve.

Há ainda Steve Jobs. A mente por trás da criação da Apple acreditava que beleza era muito importante e que as artes, ciências e humanidades se conectavam. Depois de sair da faculdade, Jobs fez aulas de caligrafia e dança, além de ir buscar iluminação espiritual na Índia. “Cada produto que ele fazia, do Macintosh ao iPhone, tinha uma beleza de natureza quase espiritual, ao contrário dos produtos dos concorrentes.”

“Estudar essas pessoas me levou a Leonardo da Vinci, que eu acredito ser o maior gênio criativo da história. Mais uma vez, isso não significa que ele era a pessoa mais inteligente. Ele não tinha o poder teórico sobre-humano de um Newton ou um Einstein, ou as habilidades matemáticas de seu amigo Luca Pacioli”, diz Isaacson. “Mas ele poderia pensar como um artista e um cientista, o que lhe deu algo mais valioso: a capacidade de visualizar conceitos teóricos.”

O escritor lembra que algumas pessoas são gênios em um campo particular, como Leonhard Euler em matemática ou Wolfgang Amadeus Mozart em música, mas para ele, “os gênios mais interessantes são aqueles que veem padrões em belezas infinitas da natureza”. Segundo Isaacson, “o brilho de Leonardo da Vinci abrange várias disciplinas”. “Da Vinci era um gênio, mas não simplesmente porque ele era inteligente. Ele era, mais importante, o epítome da mente universal, a pessoa mais curiosa do que qualquer outra pessoa na História.”

Fonte: Época Negócios

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