Banco de Tempo e troca de serviços: uma forma de cooperar

Já que tempo é dinheiro, aproveite o seu, cooperando para o benefício de todos

A expressão “tempo é dinheiro” já virou um chavão popular, mas quando se trata das redes de banco de tempo ou trocas de serviços, essa é mesmo a melhor definição. Afinal, nesse tipo de redes, qualquer pessoa pode trocar horas de trabalho por outro produto ou serviço que lhe interesse.

Um exemplo: digamos que Maria seja uma costureira que deseja aprender inglês. Enquanto isso, Paulo é um professor de inglês que precisa reformar diversas roupas. Em uma rede como essas, Maria e Paulo podem trocar serviços entre si, tendo o tempo de trabalho de cada um como moeda para equilibrar ganhos e gastos. Então, se Maria levar três horas consertando as roupas de Paulo, ela deve ter direito a três horas de aulas de inglês.

Só que, com as novas tecnologias digitais, esse processo ficou ainda mais prático e sofisticado. Aliás, você sabia que a ideia dos bancos de tempo nasceu já no século XIX? Saiba mais sobre o assunto:

O tempo como moeda social

Um dos primeiros a considerar a ideia das pessoas trocarem horas de trabalho foi Josiah Warren. Ainda no século XIX, o norte-americano criou a loja Cincinnati Time Store, em que era possível efetuar trocas por meio de notas baseadas em horas de trabalho.

A ideia de Warren estava fundamentada no conceito de moeda social – um tipo de nota comunitária em alternativa ao simples escambo. Ou seja, já se tratava de uma iniciativa ligada à economia solidária – regime de produção, consumo e distribuição centrado na valorização do ser humano e não do capital.

Na prática, participando de um banco de tempo, o produto ou serviço do trabalhador é precificado pela quantidade de tempo gasto para produzi-lo ou desenvolvê-lo. Trata-se, portanto, de uma abordagem mais igualitária, que considera os esforços do trabalhador, transformando o tempo em uma moeda de troca social, que permite a todos os participantes fazerem trocas justas e obterem benefícios democraticamente.

As trocas de serviços e as redes digitais

Com o advento e os contínuos progressos das redes digitais, a ideia dos bancos de tempo têm ganhado força, praticidade e novas funcionalidades.

Conheça algumas redes sociais específicas para trocar serviços:

Bliive

Uma comunidade de troca de serviços que já está presente em mais de 50 países (inclusive no Brasil), com mais de 14 mil usuários.

Os serviços (ou experiências) oferecidos e experimentados pelos usuários são os mais diversos: aulas de música, lições de mecânica quântica, massagens, aulas de bike, companhia para baladas ou jogos, etc.

Quem se cadastra, recebe 5 bliives (moedas de tempo, equivalentes a 1h cada) para experimentar algum serviço. E os usuários também são incentivados a oferecer serviços, gerando novos bliives para trocas.

Como existem os bliives (moedas que contabilizam o tempo), transferidos a cada experiência trocada, as trocas não precisam ser realizadas com a mesma pessoa. Mas todas as experiências são comentadas por usuários e prestadores e os comentários são disponibilizados aos próximos interessados.

A co-fundadora Lorrana Scarpioni esclarece: “Nossa ideia é mostrar que existe valor sem dinheiro”. Segundo ela, os principais usuários são recém-formados e autônomos que usam a plataforma para divulgar seu serviço.

 

Fonte: http://www.oseudinheirovalemais.com.br

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