Mercado de trabalho no agro está menor, porém mais formal e pagando melhor

Apesar de todas as turbulências (crise econômica, greve dos caminhoneiros, pandemia de Covid-19, quebra de safra e guerra na Ucrânia), entre 2016 e 2023, o universo agro foi pouco afetado e, mesmo com quebras de safra ao longo do período, acumulou um aumento na produção de grãos de 34,1% entre os ciclos 2016/17 e 2022/23, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pecuária também evoluiu e, no período mais recente, quase não sentiu os efeitos negativos da pandemia em termos de produção, uma vez que foi beneficiada pelo aumento da demanda internacional por carnes brasileiras devido à Peste Suína Africana (PSA) que atingiu, sobretudo, a China. Dessa forma, entre 2016 e 2023, o valor bruto da produção da pecuária aumentou 14,6%, de acordo com as estimativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Agroindústria

Já a agroindústria registrou um desempenho menos favorável do que a atividade “dentro da porteira”, sendo fortemente impactada pela greve dos caminhoneiros e pela pandemia. Com isso, a produção agroindustrial, em 2023 (até o segundo trimestre) está abaixo do patamar de produção de 2016 (-4,4%), de acordo com os dados do Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro).

O fato é que o bom momento da atividade agropecuária e uma maior dificuldade da agroindústria refletiu no mercado de trabalho desses setores. O estudo foi realizado com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE.

Oferta de trabalho está menor

De acordo com o Instituto, não houve expansão no número de postos de trabalho no campo. A oferta de trabalho, aliás, está menor. Entre 2016 e 2023, foram perdidos 558,0 mil postos de trabalho, o que equivale a uma contratação de 3,9%. No segundo trimestre de 2016, havia 14,34 milhões de pessoas ocupadas, no mesmo período de 2023, passou para 13,78 milhões.

Agropecuária

 

A agropecuária foi a grande responsável pela contração de vagas no universo agro, uma vez que perdeu 889,2 mil ocupações(-9,6%). Essa queda foi puxada tanto pela agricultura (-9,7%ou -583,3 mil), quanto pela pecuária (-9,5% ou -306,0mil).

 

Por sua vez, a agroindústria gerou 331,2 mil postos de trabalho (alta de 6,5%), porém, não foi suficiente para compensar a queda registrada pela agropecuária. A geração de vagas na agroindústria foi derivada tanto do segmento de produtos alimentícios e bebidas (+18,2%ou +294,2 mil) quanto do segmento de produtos não-alimentícios 1 (+1,1%ou +37,1 mil).

Mais qualidade

Por outro lado, houve aumento da qualidade dos postos de trabalho.  A queda da população ocupada no universo agro foi causada, exclusivamente, pela redução de postos de trabalho informal (-10,3% ou -924,3 mil). As vagas formais, por sua vez, registraram expansão, de 6,8%, o que corresponde a 366,3 mil novos postos de trabalho.

 

Fonte: https://www.itatiaia.com.br/editorias/agro/2023/11/13/mercado-de-trabalho-no-agro-esta-menor-porem-mais-formal-e-pagando-melhor

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