Cooperativa gaúcha atua há 10 anos na reciclagem de resíduos eletrônicos
Há uma década a Coopertec, cooperativa de Canoas que atua em toda a Região Metropolitana e em algumas cidades do interior do Estado, recolhe, desmonta e faz a destinação correta dos resíduos eletrônicos. Em 2013, Rogério Demétrio Vieira, gestor de roteiro, 55 anos, e José Crispim Soares, 55, servidor público aposentado, moradores de Canoas, resolveram desenvolver um espaço que pudesse gerar fonte de renda e também contribuir com o meio ambiente.
Atualmente, além de fazer a coleta em casas e em empresas gratuitamente, a Coopertec também fornece uma certificação para empresas que comprova o descarte correto de materiais eletrônicos.
— Desde 2005 nós estudávamos as consequências do descarte incorreto desses materiais. Vimos a falta que faz um trabalho de coleta e destinação correta dos resíduos eletrônicos — explica José, que hoje é presidente da cooperativa.
Mensalmente, são recolhidas entre 18 e 20 toneladas de materiais. Onze pessoas realizam a coleta, separação e destinação desses resíduos.
Dentre os aparelhos mais coletados estão micro-ondas, geladeiras, televisões antigas, celulares e notebooks.
Em março de 2022, a prefeitura de Canoas assinou uma parceria com a Coopertec.
— Essa parceria tem sido ótima porque percebemos uma constância na quantidade de materiais recolhidos — conta Crispim.
Descarte correto
O resíduo eletrônico contém produtos tóxicos e que podem poluir o meio ambiente. Às vezes, a falta de informação pode fazer com que esse problema seja ainda mais grave.
— As pessoas ficam preocupadas apenas com o descarte incorreto de outros materiais recicláveis. Mas o resíduo eletrônico tem poluentes químicos. Por isso, nosso trabalho para que seja feito o descarte correto — detalha Crispim.
De acordo com Rodrigo Marques de Figueiredo, professor e coordenador da graduação em Engenharia Eletrônica da Unisinos, o mercado eletroeletrônico brasileiro é um dos maiores do mundo e está em aceleração. Isso faz com que ele também seja um dos maiores produtores de lixo eletrônico. O Rio Grande do Sul, segundo o professor, segue a tendência nacional. Além da questão ambiental, a reciclagem desses materiais pode vir a ser também uma possibilidade de renda.
— Pequenas empresas de reciclagem de lixo eletrônico poderiam faturar cerca de R$ 500 mil por ano. Este tipo de reciclagem está disponível em todo o país e muitas vezes é especializado em frações de materiais, que possuem alto valor agregado — explica o professor.
Fonte: http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/dia-a-dia/noticia/2023/05/cooperativa-gaucha-atua-ha-10-anos-na-reciclagem-de-residuos-eletronicos-27912417.html