A força do Sistema Cooperativista em momentos de Crise

Toda pessoa bem informada e bem intencionada sabe que o modelo cooperativista é o melhor modelo filosófico-econômico de geração e distribuição de riqueza.

Seu vigor e suas vantagens apresentam-se de forma ainda mais evidentes em momentos de instabilidades político-econômicas.

Trata-se de um modelo com musculatura e experiência em enfrentar e vencer as mais variadas crises.

O aspecto ético da distribuição de sobras e a causa comum cria entre seus membros um orgulho de pertencer que favorece a união e o senso de missão. Estas são as bases psicológicas que impulsionam o cooperado a enfrentar o cenário econômico com a firme disposição de vencer, na certeza de que existe uma retaguarda reunida, pensando e atuando na busca de melhores condições para o setor frente a toda e qualquer circunstância.

O ideal da cooperação, ao contrário da competição, permite que os empresários cooperados aprendam mais uns com os outros, disseminem mais rápido as melhores práticas e possam interagir proativamente buscando as melhores iniciativas para o bem de todo o setor.

A intercooperação que precisa ser vivida de maneira plena em nossa sociedade cooperativista nos disponibiliza um imenso rol de produtos e serviços que não só conhecem a realidade das nossas necessidades, mas são desenvolvidos sob medida para atendê-las.

Uma cooperativa de crédito não é um banco, não pensa ou age como um banco de varejo, mas atua focada nas necessidades dos diferentes segmentos cooperativistas, com conhecimento de causa e produtos diferenciados.

Uma maior integração intercooperativa oferece uma blindagem ainda maior para momentos de instabilidade político-econômica. Devemos nos dedicar a promover mais e melhor esta prática.

Embora reconheçamos todas estas particularidades que tornam o modelo cooperativista único, existe uma condição sine qua non para o êxito de nossos empreendimentos: que o cooperado sinta-se e aja como dono, como empresário e não meramente beneficiário do sistema.

Mesmo as lideranças tendo feito toda a lição de casa de educação cooperativa, governança e sustentabilidade, nosso grande desafio é o universo do comportamento humano.

O processo de conscientização é muito mais profundo que o processo de comunicação de divulgação dos ideais cooperativistas.

Conscientizar é ganhar o indivíduo como um todo, é gerar um nível de comprometimento espontâneo em perfeito sincronismo com os ideais mais profundos da filosofia cooperativista que longe de ser apenas solução para as questões econômicas e/ou produtivas, é na verdade uma proposta de filosofia de vida e construção de um modelo justo, ético e sustentável de sociedade.

Esta é uma tarefa difícil à qual se dedicam todos os autênticos líderes do movimento em seus mais diferentes segmentos. Esta tem sido minha contribuição junto ao sistema, com meus artigos e palestras: gerar uma real e profunda sensibilização e consequente mudança de atitude para que possamos viver na plenitude o vigor, a beleza e a evolução trazidas pelo sistema cooperativista, quando todos nós agimos como cooperados conscientes de nosso papel na  construção da Melhor Versão do Futuro.

Aproximemos ainda mais as pessoas, unifiquemos nossa visão, sem perdermos a valiosa contribuição das divergências e foquemos todos os nossos esforços em realizar nosso sonho coletivo do Brasil em que todos merecemos viver.

O cooperativismo é maior que a crise!

 

Por Carlos Hilsdorf

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